Não consegui escrever algo que eu falaria usando a voz da minha caixa — ela tem um ar aristocrático impossível de ignorar. Achei mais interessante desenvolver a visão de um nobre diante de pautas revolucionárias.

"Permitam que justifique, antes de mais nada, a escolha da minha própria pessoa como presidente de nosso grupo (...) Se algum dos participantes tiver objeção contra minha escolha, que se manifeste por movimento não-programado"

        — Me sinto no dever, cara Mesa, de lhe interromper imediatamente. De certo suas qualidades lhe tornam capacitada a presidir esta reunião, mas o que são credenciais comparadas à tradição? Mudança alguma será feita se nossas vozes não forem ouvidas, e para tal, devemos ter um líder que comande respeito. Sou uma Caixa, e como tal, sou objeto de armazenamento, tão antiga quando a própria humanidade. Tenho estado aqui por muito tempo, e sei que mudanças devem ser sutis. Por exemplo, eu começaria lutando pelos direitos de minhas primas caixas de papelão, muito injustiçadas e pouco apreciadas pelos humanos (porém extremamente cobiçadas por seus companheiros felinos). O que fazer depois, bem, depois se discute. O importante é começar, e para realizar isso com a maior destreza possível só consigo imaginar eu mesma no comando, é isso que acho.
 

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